Entenda seu significado e o que são essas normas.
Significado:
A sigla inglesa IFRS International Financial Reporting Standards significa um conjunto de normas internacionais de contabilidade, emitidas e revisadas pelo IASB - International Accounting Standards Board (Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade), que visam uniformizar os procedimentos contábeis e as políticas existentes entre os países, melhorando a estrutura conceitual e proporcionando a mesma interpretação das demonstrações financeiras.
Mas o que são normas?
Aquilo que se estabelece como base ou medida para a realização ou avaliação de alguma coisa. São modelos a serem seguidos pelas empresas.
Qual a importância da criação do IFRS?
O IFRS foi criado visando à harmonização das normas contábeis e enfatizar que a análise dos relatórios financeiros sejam interpretadas da mesma forma pelos gestores, investidores, analistas e as organizações. Todos devem saber sobre a clareza, confiabilidade, relevância, e o equilíbrio entre custo e benefício na preparação das demonstrações financeiras.
Quando o Brasil adotou o IFRS?
Podemos dizer que o Brasil estava acomodado em relação às suas normas contábeis e de demonstrações financeiras. Em Dezembro de 2007, o presidente Lula sancionou a Lei 11.638 (para alteração da Lei 6.404), presenciamos a maior revolução contábil no Brasil dos últimos 30 anos. Ela trouxe harmonização do conceito ao Brasil para que nós ficássemos convergentes às normas internacionais conforme as IFRSs. Essa lei colaborou para novos inspiradores como o Plano de Contas Referencial elaborado pela equipe técnica do Sistema Público de Escrituração Digital com o objetivo de uniformizar as informações contábeis das empresas que irão efetuar a Escrituração Contábil Digital (ECD).
A Lei 11.638 usou a estrutura já existente do CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis), que havia sido criado em 2005 pelo CFC (Conselho Federal de Contabilidade). Este órgão ficou responsável por traduzir os padrões internacionais para o português e, também, por adaptá-los à realidade brasileira, emitindo Pronunciamentos, Interpretações e Orientações técnicas convergentes com as normas internacionais.
A fim de facilitar a implementação das normas internacionais nas empresas brasileiras, o CPC dividiu a emissão de pronunciamentos em duas principais partes: 14 normas e 2 orientações emitidas em 2008, e o restante sendo emitido a partir de 2009. As empresas brasileiras, ou instaladas no Brasil, adotaram as primeiras normas e orientações em 31 de dezembro de 2008, e o restante destas somente para o exercício com final em 31 de dezembro de 2010.
A implementação da IFRS:
A implementação das IFRS envolve muito mais que a conformidade com as novas normas contábeis, a qual poderá causar um impacto significativo em toda a organização.
Com toda essa regulamentação fica evidente que os processos precisam ser adaptados para alimentar os requerimentos advindos do novo padrão. São grandes os desafios brasileiros para essa adequação, principalmente com relação à base da estrutura em todos os sentidos e colocando em foco os contadores que ainda não estão treinados para esse questionamento. É fundamental que o Conselho Federal de Contabilidade juntamente com as organizações brasileiras verifiquem os impactos e iniciem treinamentos e uma preparação para desenvolver as demonstrações no novo formato a partir de 2010.
Vantagens:
- Aumento da qualidade e da eficiência de grupos internacionais
- Potencialização das ambições de crescimento internacional do Brasil
- Os números contábeis conforme as IFRS oferecem melhor auxílio na tomada de decisões gerencias, pois são mais orientados para uma reflexão realista da eficiência econômica.
Harmonização contábil:
Harmonização contábil é um processo em que vários países realizam mudanças nos seus sistemas e normas contábeis, tornando-os compatíveis, respeitando as diferenças e características de cada região. Tal processo parte da identificação das linhas gerais no marco conceitual e na teoria geral da contabilidade desses países que fundamentam suas normas contábeis. Portanto, os obstáculos para a harmonização podem ser superados. A verdadeira harmonização deve ser um processo realmente internacional, mas que não fira a contabilidade como ciência e a integridade cultural dos países. Devem vir como conseqüência normal dos processos de interação social e comercial e não como imposição, mas com amadurecimento e nesses termos deve se questionar algumas circunstâncias reais que levaram a crise financeira internacional dos últimos meses.
Vantagens:
- O fluxo de recursos econômicos e de profissionais entre empresas e mercados internacionais
- Facilita auditorias contábeis e financeiras
- Melhora a comunicação financeira da empresa com seus investidores nacionais e estrangeiros
Padronização contábil:
A padronização contábil busca unificar as práticas da área para que se tenha um modelo padrão a ser utilizado por todos os países. Ela é defendida por um grupo de especialistas, pois é vista como um instrumento necessário para contribuir com a entrada de capitais e com a expansão dos negócios das empresas. Precisamos entender que a padronização das normas contábeis não admite flexibilidade, pois é um processo de uniformização. Exatamente por isso que a padronização contábil é um processo muito mais difícil de ser colocado em prática. Como a padronização busca unificar, para atingir esse objetivo será necessário que padrões contábeis sejam totalmente iguais para todos os países.
Vantagens:
- Simetria das informações contábeis
- Redução dos custos nos investimentos internacionais
- Informações contábeis mais
Conclusão:
O grande desafio da Profissão Contábil, no século XXI, será a harmonização das normas contábeis devido à globalização da economia e dos negócios internacionais que estão em constante crescimento e isso preocupa os Contadores da atualidade. A mundialização empresarial faz com que as empresas deixem de ser apenas nacionais, para se tornarem internacionais, o que exige a harmonização de normas em todo o mundo, para que se possa consolidar seus balanços e facilitar o entendimento. A globalização da economia direciona a contabilidade como um único denominador comum para mensurar as atividades econômicas. A harmonização das normas contábeis é necessária e inevitável, estando já em pleno processo de realização, em âmbitos regionais e internacionais. É provável que a harmonização plena não seja fácil, devido às diferenças culturais e econômicas entre países, podendo algumas diferenças serem toleradas, em certos casos, mas jamais se poderá admitir opções conflitantes com os Princípios Fundamentais de Contabilidade. Um dos desafios na adoção das normas, com base em princípios como as IFRS, é alcançar a consistência no entendimento e, portanto, na aplicação dessas normas.
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ARTIGO ESCRITO POR ANA PAULA TRIGUEIRO